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Estado homologa decreto de situação de emergência de Carazinho em virtude da estiagem

Foto Arquivo/O Correspondente
Assinado pelo prefeito João Pedro Albuquerque de Azevedo em 26 de março, o Decreto de Situação de Emergência de Carazinho por causa da estiagem foi homologado pelo Estado. Desde novembro de 2024, o RIo Grande do Sul sofre os efeitos da falta de chuva regulares, o que prejudica o agronegócio e a economia em geral. Com o documento, que tem validade de 180 dias, o município conseguirá buscar recursos para minimizar os impactos da crise hídrica.
O secretário de Agricultura, Anselmo Britzke, destaca que agora o decreto segue para análise em nível federal e a tendência é de que lá também receba aprovação.
Segundo o laudo técnico da EMATER, o município enfrenta um período prolongado de escassez de água, com volumes pluviométricos significativamente abaixo das médias históricas para a região. A situação, que começou a se agravar em dezembro de 2024, tem causado sérios danos à economia local, especialmente aos setores agrícola e pecuário.
O impacto na produção de soja já é evidente, com uma queda estimada de 25% no rendimento médio, conforme relatado por produtores locais. "Na safra atual há, em Carazinho, uma queda de cerca de 25% no rendimento médio da soja. Isso se deve ao longo período de estiagem e ao calor excessivo", indicam relatórios técnicos da região.
A situação no setor pecuário é igualmente preocupante. Em algumas propriedades rurais, como na localidade de Cruzinha, o gado está sofrendo a ponto de precisar receber soro intravenoso para se recuperar da desidratação. Há relatos de produtores que já não possuem água suficiente para seus animais, o que tem levado a medidas emergenciais de socorro.
De acordo com o documento da assistência social anexo ao decreto, a estiagem em Carazinho "não pode ser visto somente como um fenômeno climático, mas sim como uma crise socioeconômica, que afeta diretamente os direitos fundamentais da população, especialmente daqueles em situação de vulnerabilidade".
O decreto autoriza a mobilização de todos os órgãos municipais para atuar sob a coordenação da Defesa Civil, além de permitir a convocação de voluntários e a dispensa de licitação para aquisição de bens necessários ao enfrentamento da emergência.
Esta não é a primeira vez que o município enfrenta tal situação. Agricultores locais já haviam relatado perdas superiores a 30% nas lavouras durante reuniões do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural realizadas em fevereiro. A crise se insere em um contexto mais amplo, já que 254 municípios do Rio Grande do Sul estão sendo afetados pela estiagem, com 247 já tendo decretado situação de emergência.