GERAL

Violência doméstica domina pauta da sessão do Legislativo de Carazinho

Fotos Arquivo/O Correspondente

 

A Câmara de Vereadores de Carazinho teve sessão ordinária na noite desta segunda-feira (20). Mais do apreciar projetos, os vereadores abordaram a violência doméstica, diante do recente caso de feminicídio ocorrido na sexta-feira (17). Daniela da Silva Santos (31) foi morta com golpes de arma branca em um apartamento do residencial Aldeia do Minuano, no bairro São Jorge. O companheiro dela, considerado suspeito, se apresentou à Polícia Civil no início da noite desta segunda-feira. Amigos e familiares de Daniela estavam na Câmara, a maioria usando camisetas clamando por Justiça. 

 

Todos os vereadores de pronunciaram lamentando o ocorrido e destacando o quanto cada cidadão, entidade, órgão de segurança e toda a sociedade civil precisa se engajar no tema, traçando estratégias de prevenção e educação para o respeito às mulheres.

 

Entre as falas, duas se destacaram. Juliani Pinzon (PSDB) destacou a necessidade de não silenciar diante da realidade. “Sempre falei que meu papel nessa casa seria dar voz a quem não é ouvido e hoje seria a voz de muitas, especialmente a voz da Daniela, que não pode mais dizer eu te amo para seu filho, nem para a mãe, para o filho, para as amigas. Ela foi brutalmente assassinada, mas não será só mais uma estatística porque da trágica morte dela, as gigantes acordaram”, mencionou ela, referindo-se a mobilização que está ocorrendo clamando por Justiça e que levou várias mulheres à assistir a sessão, muitas delas vestidas com camisetas alusivas ao tema, inclusive a própria vereadora. “A Daniela será legado, ponto de partida para mudanças drásticas nas políticas públicas voltadas à mulher nesta cidade que silencia, violenta, agride, humilha mulheres em índices alarmantes. A Daniela será símbolo, mas não de dor nem crueldade, mas de força, união e empoderamento feminino. Daniela será resistência. Ela foi calada, mas nós nos levantamos e prometemos, juntas e de mãos dadas não mais nos calar”, completou.

 

Bastante emocionado, Cleomar Silva (PP) compartilhou sua história de vida. Aos 13 anos, a mãe foi vítima de feminicídio, episódio que marcou a vida da família para sempre. Em 2017, ela foi homenageada dando nome à Lei 7.645, de autoria do também progressista Daniel Weber, que enaltece mulheres de destaque em Carazinho. “A minha emoção hoje aqui se dá pelo fato de ter conhecido o casal, de ser amigo da família. Recebi esta notícia como se tivesse a notícia da morte da minha mãe, há 22 anos. A sensação foi exatamente a mesma. Hoje trago meu testemunho”, disse ele. Também criticou quem usa o tema para se promover politicamente.

 

No domingo (27), em frente ao Fórum, deve ocorrer um novo manifesto. 

 

 

Votação

Ainda no início da sessão, o presidente Bruno Berté colocou em votação o regime urgência dos projetos do Executivo, o PL 03/2025, que concede revisão geral anual e aumento aos vencimentos dos Servidores Municipais, e o PLC 01/2025, que trata da contribuição previdenciária dos servidores. No intervalo regimental, as comissões se reuniram para emitir os pareceres pertinentes, mas as matérias acabaram não entrando na pauta de votação.

Os projetos que foram aprovados concedem homenagem a Luis Fernando Munerolli, Milton Schmitz e Lenir Terezinha Flores Marafiga.

Data: 20/01/2025 - 22:25

Fonte: Mara Steffens

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