GERAL
Na Câmara, presidente da CDL cobra união para o desenvolvimento de Carazinho
Foto Mara Steffens/O Correspondente
Sempre na última sessão ordinária de cada mês, a Câmara de Vereadores de Carazinho abre o espaço "Tribuna Livre" para a entidades e a comunidade se manifeste sobre assuntos diversos. Na reunião de ontem (28) o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Carazinho - CDL, Zani da Costa Santos, usou o espaço a tribuna e foi incisivo ao cobrar união dos poderes e da comunidade em prol do desenvolvimento.
Santos lembrou que em 2026 a CDL completará 60 anos de existências e é uma das maiores entidades representativas do município. Elencou os projetos sociais desenvolvidos, como o Homens na Cozinha que terá nova edição em agosto e que já distribuir mais de R$ 205 mil para projetos locais. Também citou a envergadura do Natal Alegria, que somente no ano passado injetou R$ 20 milhões na economia carazinhense.
Vestindo uma camiseta com a frase "Todos Juntos por Carazinho", o presidente destacou que a entidade percebe um fenômeno, que não é recente, mas de décadas, em que há "um cabo de guerra entre Executivo e Legislativo", com comportamentos no sentido de inviabilizar iniciativas por questões políticas, vaidades, interesses pessoais e bandeiras. "Os maiores prejudicados com isso somos nós mesmos. Ficamos muito tristes com isso. Se vocês andarem na Avenida Flores da Cunha, verão a quantidade de espaços físicos para locar. Tomei o cuidado de contar: 232. Isso me traz preocupação porque temos mais de 400 vagas de emprego e não temos pessoas para preencher. E nem estou falando de qualificação. Não temos a oportunidades oferecer para quem nos visita em Carazinho um espaço público onde possamos gerar circulação de pessoas, fazer com que as pessoas venham para cá. Não adianta ter a melhor vitrine, o melhor vendedor, o menor preço. Se não tenho pessoas circulando, não tenho movimento", colocou.
Santos citou outro exemplo. Lembrou que Carazinho possui o maior museu regional em termos de acervo e não percebe movimentos que atraiam visitantes. "Não vejo uma placa na BR 386, nem na 285 dizendo que temos um museu aqui. Como vou promover as pessoas venham para cá, se nem o Museu que é nosso, nós promovemos? Temos que nos preocupar com o que está acontecendo", pontuou, acrescentando que o objetivo da fala não era polemizar nem polarizar em torno de partidos políticos, pois "a polarização já nos prejudicou muito".
O presidente da CDL salientou que Carazinho perde para ele mesmo. Como empresário e liderança do setor, viaja bastante e percebe que os municípios que avançam são aqueles em que as comunidade estão unidas em torno de um único propósito: crescimento e desenvolvimento. "É muito claro para mim quais municípios estão evoluindo e quais não. Os senhores tem um papel fundamental na sociedade. Um vereador atuante, com propósito muda uma sociedade. Temos que ter uma preocupação maior com nosso município. Percebo que nós teríamos condições de fazer muito mais e melhor. Temos oportunidade de juntos transformar Carazinho e a CDL, os empresários, estão de portas abertas para juntos construirmos algo que faça a diferença", comentou.
Por fim, Santos destacou que é preciso parar de achar culpados e reforçou a necessidade de união, debate de ideias pra construir alternativas. "Estamos vivendo neste período o maior índice de inadimplência dos últimos 10 anos, em 35¢ a 40%. O poder de compra das pessoas foi minimizado. As lojas estão vazias. O município está vazio. Não tem nenhum atrativo. Estamos a mercê de que? É preocupante", desabafou.
Depois da fala do presidente da CDL, vários vereadores de manifestaram. Concordaram com Santos e ainda pontuaram algumas causas para o atual cenário, como a falta de interesse da parte da população em buscar um emprego formal, preferindo viver com benefícios governamentais, a falta de incentivos para os empreendedores investir e por consequência gerar oportunidades e até mesmo a polarização política.
