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Em assembleia da Eletrocar, prefeito de Carazinho decide pela suspensão da retirada de lucros pela prefeitura, sócia majoritária da empresa

Fotos Mara Steffens/O Correspondente

As Centrais Elétricas de Carazinho realizaram na manhã desta quarta-feira (30), a Assembleia Geral Ordinária, na presença dos sócios, conselhos de administração, fiscal e presentes. A pauta principal foi a apresentação das contas do período 2024. A direção atual apresentou os principais desafios enfrentados e as conquistas alcançadas nos quatro primeiros meses de gestão. Uma das principais definições da reunião é que a prefeitura de Carazinho, sócia majoritária da empresa, não retirará, temporariamente, o percentual de lucros a que tem direito. A medida, de acordo com a presidente Jéssica Previatti, garante a saúde financeira da Eletrocar, que tem trabalhado com o caixa justo. Este cenário se deve a necessidade de alguns investimentos urgentes.

Quanto ao evento ocorrido em outubro do ano passado, que causou prejuízo próximo a R$ 2 milhões com a queima do transformador do distrito industrial, emergencialmente, a Eletrocar teve de alugar um equipamento para restabelecer o fornecimento de energia. Nesse mês de abril, o conserto do transformador foi finalizado e o sistema já está completamente reestabelecido sem maiores danos e em parceria com as empresas, houve somente restrição de carga e não interrupção de energia.

A presidente destaca que as últimas gestões se dedicaram a liquidar dívidas da empresa e agora uma série de investimentos precisam ser feitos para melhorar a qualidade do serviço prestado. Entre eles estão os projetos de ampliação da subestação 1, que fica junto a sede administrativa, e a construção da nova subestação de Mata Cobra. Conforme Jéssica, os projetos haviam sido iniciados na gestão anterior e agora terão seguimento. A ampliação na subestação 1 permitirá que a Eletrocar opere com um sistema paralelo, garantindo fornecimento mesmo em caso de problema no operador principal.

Já em Mata Cobra, foi realizada uma parceria com a prefeitura de Almirante Tamandaré do Sul, que realizou toda a terraplanagem do terreno onde será construída a Subestação, o que gerou economia para a Eletrocar de cerca de R$ 200 mil. A ideia é que estes dois projetos estejam concluídos até o fim de 2026. Somados devem alcançar investimentos próximos de R$ 50 milhões.

Outro desafio a ser enfrentado é a melhoria dos indicadores avaliados pela ANEEL, que deixaram a Eletrocar nas últimas posições considerando empresas de pequeno porte em todo o país. Por isso, a empresa terá de elaborar e apresentar à agência um plano de ação, prevendo investimentos que melhorem o serviço prestado e a infraestrutura. Recentemente, membros da direção foram a Florianópolis, na sede da CELESC, companhia de energia catarinense, para trocar informações e conhecer o trabalho realizado por lá, agregando ideias que possam ser replicadas na Eletrocar, a fim de contribuir com a melhoria dos serviços prestados em Carazinho e nos municípios atendidos.

A Eletrocar pretende também realizar em breve um novo concurso público para suprir a demanda por colaboradores, especialmente nas áreas operacionais, o que também refletirá na melhoria da prestação do serviço aos consumidores.

Entre as conquistas já comemoradas na Eletrocar está o acordo coletivo para 2025 com reajuste salarial, com percentuais semelhantes aos incrementados ao salário mínimo nacional. A medida teve aprovação da grande maioria dos servidores. Também está listada como avanço na empresa nos primeiros meses da gestão, o andamento e propostas de acordo com uma empresa de telefonia que ocupava irregularmente desde 2018 a infraestrutura da Eletrocar (postes), cuja ação tramitava na Justiça. A empresa de telefonia irá indenizar a Eletrocar pelo período de utilização e não pagamento, e se compromete com a retirada do cabeamento de aço que ainda está nos postes.

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