POLÍTICA

Para Márcio Biolchi, conciliar os interesses diversos na Câmara será um dos desafios de Hugo Motta

Foto Divulgação/Assessoria Márcio Biolchi

 

Deputado federal pelo MDB, o carazinhense Márcio Biolchi também avaliou, para O Correspondente, a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) como presidente da Câmara dos Deputados. “A eleição para a presidência é um processo, que inicia muito antes do dia, ou da semana de campanha. Ela vem sendo construída, no último meio ano, no mínimo. E ela é resultado da capacidade de quem pretende assumir de ser aceito por uma maioria. Eu diria que a eleição da Câmara ela consegue atingir um resultado possível e natural. Talvez nunca irá satisfazer 100% no congresso, mas acaba sendo aceito pela maioria. Te digo isso porque a eleição do Hugo Motta se deu exatamente por este caminho. Tinham duas outras candidaturas que tiveram algumas resistências que não conseguiram transpor e elas acabaram ficando pelo caminho”, contextualiza Biolchi.

 

Na avaliação do parlamentar, o nome de Motta apareceu como alternativa aos demais e significa uma convergência possível diante de todas as bancadas. “Ele fez a segunda maior votação da história, perdendo somente para o Arthur Lira (que foi o presidente anterior). Além disso, é um equilíbrio com o Senado e o Executivo, que tem interesse direito, pois o presidente da Câmara tem autonomia, talvez seja uma das funções mais relevantes da república porque nosso sistema é extremamente presidencialista”, completa.

 

Biolchi cita ainda que a eleição de Motta não configura uma ruptura, tampouco mais próximo de uma bancada ou de outra. “Isso para ele será um desafio, conciliar os interesses que são tão diversos, para que o Congresso funcione e tenha capacidade de cumprir uma agenda”, apontou.

 

O deputado carazinhense diz que Motta é muito aberto ao diálogo. Embora jovem (apenas 35 anos), já tem boa experiência na política. Biolchi e ele foram colegas de partido, pois o presidente já esteve no MDB, embora não tenham tido mandatos juntos, já que na época em que Motta estava no antigo partido, o carazinhense era chefe da Casa Civil no Rio Grande do Sul, durante a gestão do Governador José Ivo Sartori. “Ele tem boas relações, mas é óbvio que não é uma função muito simpática, pois por vezes tenciona com o Executivo, em outras também precisa mediar o que acontece no plenário, nas ruas. Ele não está lá para agradar, mas para viabilizar o andamento da Câmara. Eu acho que ele tem os predicados para isso e espero que ele consiga, mesmo que não dependa somente dele, pois a casa precisa dar condições”, argumentou.

 

Data: 04/02/2025 - 10:50

Fonte: Mara Steffens

COMPARTILHE