POLÍCIA
Delegada responsável pelo inquérito esclarece sobre investigação de estupro ocorrido em Carazinho

Foto Arquivo/O Correspondente
Na tarde desta terça-feira (24), a Delegada Heladia Cazarotto, titular da Delegacia de Polícia de Proteção aos Grupos Vulneráveis – DPPGV esclareceu detalhes da investigação do caso de estupro de vulnerável envolvendo uma menina de 8 anos e um servidor público estadual. O fato ocorreu no interior de uma escola de Carazinho, há pouco mais de uma semana, onde a criança estudava e o acusado, um homem de 62 anos, trabalhava.
Dias depois, ele foi assassinado dentro da própria casa. Dois homens foram de moto até o imóvel onde ele residia, no bairro Hípica, e atiraram contra ele. A investigação do homicídio está com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas – DRACO.
Heladia lamentou a propagação de informações inverídicas sobre o ocorrido, e que só contribuíram para a exposição da criança vítima do abuso. Também esclareceu sobre o boato de que o acusado teria sido liberado pela polícia depois de depoimento. No entanto, não havia mandado de prisão contra ele.
De acordo com ela, o homem procurou a polícia, na noite de segunda-feira (16), alegando estar sofrendo ameaças depois que a foto dele passou a ser divulgada em grupos de mensagens. Naquela ocasião, ele foi indagado sobre o fato, mas negou o crime e por fim não quis registrar a ameaça que estaria sofrendo.
Heladia informou também que ao contrário do que se comentou posteriormente, de que o exame de DNA realizado deu negativo para a autoria do estupro, o exame sequer foi realizado porque não foi possível coletar material. Foram realizados exames de sangue para averiguar possíveis doenças que pudessem ter sido transmitidas à vítima e estes sim, deram negativo.
Além disso, as diligências realizadas, os depoimentos colhidos, inclusive da criança, e os elementos que o próprio acusado ofereceu quando estava na delegacia apontam que ele seria o autor. A delegada encaminhará o inquérito ao Judiciário com a extinção da culpabilidade, uma vez que ele está morto.
Outros possíveis suspeitos foram cogitados, mas no decorrer da investigação foram descartados. “O relato dela (da vítima) foi essencial. Nós temos uma sala especial aqui (na delegacia) para a coleta de depoimentos delicados como este (a partir de um protocolo específico de coleta de informações). Ele foi gravado em vídeo e áudio. Ela deu detalhes, desenhou o local onde aconteceu o crime, até então tínhamos muitas dúvidas quanto a isto, voltei na escola e encontrei o local, uma sala, que ela desenhou”, conta a delegada.
Heladia ressaltou ainda que a importância de não se propagar informações, sem procedência, que podem expor ainda mais a vítima em casos como este. “As pessoas não podem sair divulgando o que ouvem por aí, como sobre possíveis parentescos da criança. Isto também é crime e prejudica quem está passando por isso. Agora a família tem tido dificuldades de encontrar vaga em outra escola (por conta destas divulgações inverídicas). É uma situação péssima, na ânsia por justiça, acaba tomando uma proporção negativa”, recomendou.
Por fim, a delegada citou que o Judiciário poderá requerer mais detalhes sobre a investigação, mas ela conclui que para a Polícia Civil, o homem assassinado no bairro Hípica foi o autor do estupro contra a menina.