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Carazinhense radicado em Porto Alegre relata sobre o caos das enchentes

Foto Divulgação/Paulo Guerra

 

O publicitário Paulo Guerra mora em Porto Alegre há quase 37 anos.Tem visto de perto do caos provocado pelas enchentes que assolam quase todo o Rio Grande do Sul há uma semana. Ao Correspondente, ele relatou algumas situações que tem presenciado. Morador da região dos bairros Floresta e Higienopolis, ele está em local seguro. "Desde a quarta-feira (1º) quando a gente via na televisão que a BR 386 estava inacessíveis eu me dei conta que teríamos problemas de abastecimento. Na quinta-feira fui ao supermercado e vi uma agitação semelhante à pandemia. Até publiquei um vídeo no instragram com o clima de 'fim de mundo'. Na sexta, o Zafari já era uma zona de guerra. As pessoas estavam discutindo por um litro de água", conta ele sobre a corrida aos supermercados pelo medo de desabatecimento. 

 

No condomínio em que o carazinhense mora começou um racionamento de água na sexta-feira (3), de pelo menos dias horas. "Tinha água para a gente tomar banho no fim de semana. Na terça não tinha, mas como temos um poço artesiano, tinhamos para as questões de banheiro. Encomendamos e recebemos água de um caminhão pipa. O DEMAE religou a estação de São João, que nos abastece, e demorou 48h para chegar. Tenho luz, internet", conta. 

 

Na avaliação de Guerra, o caos supera até a pandemia. "Já tinhamos naquela época uma situação limite, mas essa passou de todos", conceitua.

 

Ele inclusive estava tentando ajudar gaúchos que retornavam ao Estado, mas tem dificuldades quanto a mobilidade e a burocracia que implica na demora da tomada de decisão das autoridades quanto a criação de alternativas para que as pessoas possam sair e voltar para a capital. "O Estado é calamitoso. Tem supermercado e gasolina, mas não tem mais pão, água, produtos de limpeza,. Por um lado, as pessoas estão comprando tudo para doar e eu nunca vi uma mobilização tão grande. Estou inclusive envolvido no compartilhamento de endereços uteis e doações", menciona. 

 

Paulo Guerra nos enviou alguns vídeos de uma área próxima ao endereço onde mora e que disponibilizamos no nosso instagram. A cerca de um colégio das imediações virou atracadouro para os barcos que atuam no resgate das pessoas e animais. 

Paulo Guerra vive em Porto Alegre há quase 37 anos (Foto Arquivo Pessoal) 

Data: 09/05/2024 - 18:50

Fonte: Mara Steffens

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